Porto Energy Hub: “Mais conforto em casa? Nós queremos e podemos”

30/06/2021 | ± 3 Minutos de Leitura


ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA SMART CITIES A 30 DE JUNHO DE 2021

 

Depois de um início de verão tímido, regressou o calor e, com ele, um problema habitual: a dificuldade em manter a casa arrefecida. Dentro de meses, as habitações portuguesas vão enfrentar o sintoma oposto: o frio intenso. Entre estes dois extremos, situa-se o diagnóstico há muito conhecido: a pobreza energética.

 

O parque de habitação social, em particular, tem problemas estruturais, já que a generalidade do edificado nacional é composta por construções com requisitos térmicos baixos ou nulos. Estamos a falar de um parque de habitação social em que 75% das habitações tem mais de 20 anos. Por sua vez, na maioria dos casos, as famílias não têm meios financeiros – nem o hábito – para aquecer ou arrefecer as suas habitações e, fazendo-o, dificilmente têm acesso a equipamentos eficientes. No inverno, usa-se um pequeno aquecedor elétrico por breves momentos; no verão, a “ventoinha”.

 

Se considerarmos que o baixo desempenho térmico dos edifícios, agravado por uma situação de pobreza energética, provoca, por exemplo, a presença de elevados níveis de humidade ou o aparecimento de fungos e bolores nas habitações, estamos perante um problema de saúde pública que atinge, com mais intensidade, grupos vulneráveis como os idosos ou as crianças. Vale a pena recordar, igualmente, que os edifícios são responsáveis por uma boa fatia das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) das cidades.

 

Face a esta realidade, também é certo que os cidadãos, mais do que nunca, estão sensibilizados. O maior desafio passa por combater os baixos níveis de literacia energética e ambiental. As pessoas querem poupar, sim, na carteira e no ambiente. Só não sabem como. Há, por isso, que mudar. E é neste contexto que vale a pena frisar o trabalho que tem sido feito na região do Porto, muito particularmente, na Área Metropolitana a Norte do Douro. O território passa, agora, a beneficiar dos trabalhos do Porto Energy Hub. É o espaço ideal para aconselhamento e apoio – não apenas do cidadão, mas, igualmente, de entidades, públicas e privadas, que pretendam implementar projetos de eficiência energética na região.

 

Se uma família quiser, a título exemplificativo, aumentar o isolamento da sua habitação ou instalar um sistema de energia fotovoltaico para a produção de eletricidade, o Porto Energy Hub poderá disponibilizar, a par das ferramentas necessárias para apoiar o investimento, as melhores soluções de financiamento. O mesmo é aplicável a outras medidas potencialmente desejadas pelos consumidores, como a alteração de sistemas de aquecimento de águas ou de janelas eficientes, por exemplo.

 

O sucesso destes apoios poderá alargar a aplicabilidade do projeto ao restante território do Porto e mesmo a todo o país. Mas, por agora, é necessário que todos se envolvam na causa, porque o problema já está identificado. É preciso combater a pobreza energética que caracteriza a larga maioria dos edifícios de habitação social em Portugal.

 

Com a intervenção certa – o Porto Energy Hub promete garanti-la -, está-se no melhor caminho para reduzir o peso das nossas faturas de energia, das emissões de GEE nas cidades e aumentar a qualidade de vida das populações para uma sociedade mais coesa. Como se costuma dizer, todos ganham.